terça-feira, 15 de abril de 2014

Ernesto Manuel Geraldes de Melo e Castro



Ernesto Manuel Geraldes de Melo e Castro
 



Biografia
Nascido na Covilha em 1932, Ernesto Manuel Geraldes de Melo e Castro, é um engenheiro, escritor, critico, ensaísta, artista plástico, mas é conhecido principalmente por ser um poeta experimental. Conta no seu currículo a passagem em diversos estabelecimentos de ensinos espalhados pelo mundo, formou-se em Engenharia Têxtil em Bradford, em Inglaterra em 1956, muitos anos depois tirou o doutoramento em Letras na Universidade de São Paulo, corria o ano de 1998. Destacar no campo de ensino, a sua actividade de professor de Design Têxtil no Instituto Superior de Arte, Design e Marketing em Lisboa.
                 
Ao longo dos mais de 50 anos de trabalho, da poesia concreta e experimental à infopoesia, passando pela vídeopoesia, passando pela criação de fractais em forma de imagens, foram estes os principais focos de trabalho em forma de arte deste artista contemporâneo português. É uma figura marcante do contexto artístico do panorama português, nomeadamente nas décadas de sessenta e setenta, mas posteriormente a isso o seu trabalho mantém-se na investigação na relação entre arte e o desenvolvimento tecnológico. Tal como foi dito anteriormente, Ernesto de Melo e Castro, teve um papel fundamental na poesia experimental portuguesa dos anos sessenta, sendo ele praticante e teórico, introduziu a poesia concreta no nosso país. Várias são as obras de renome deste artista, Ideogramas em 1961, é considerada a obra pioneira da videopoesia em Portugal. Ainda na área da videopoesia, desenvolveu na Universidade Aberta de Lisboa entre 1985 e 1989, um projecto denominado de Signagens. Este projecto consistia na veiculação na televisão de poemas animados pensados especificamente para este meio de comunicação, este projecto foi o desenvolver de um projecto já antigo de Melo e Castro iniciado em 1968, depois da Universidade ter adquirido novos dispositivos de geração de caracteres e edição de vídeo, o que levou ao desenvolvimento e conclusão deste projecto.
                 
A obra de Ernesto de Melo e Castro também é marcada pelas diversas publicações e participações em livros de teor mais literário. Jornal do Fundão e Noticias de Luanda, são alguns dos jornais onde este autor participou e lançou alguns artigos dedicados à poesia experimental. Ainda ao nível da poesia experimental, publicações em nome próprio pegaram destaque na literatura em redor deste autor, livros como Ideogramas, A poligonia do Soneto, Proposição 2.01, Álea e Vazio, Visão Vision são algumas das obras que marcaram o percurso deste autor. Noutro campo, com participação de outros autores consagrados da poesia experimental, Ernesto de Melo e Castro participou e organizou alguns movimentos sobre forma de publicação no período entre os anos sessenta e oitenta, Poesia Experimental I, Poesia Experimental II, Hidra I, Operação I e Operação IIsão algumas das publicações onde Ernesto de Melo e Castro “pôs” a mão.
                 
Actualmente é professor catedrático na Universidade onde tirou o doutoramento, Universidade de São Paulo, onde ainda publica alguns artigos e escreves algumas publicações não só em nome próprio, mas também participa em outras publicações de outros autores.

IMPORTÂNCIA DE SUA OBRA
Praticante e teórico da poesia experimental portuguesa dos anos 60, introdutor em Portugal da poesia concreta (IDEOGRAMAS, 1961), é considerado pioneiro da videopoesia. Entre 1985 e 1989, desenvolveu na Universidade Aberta de Lisboa um projeto de criação de videopoesia denominado SIGNAGENS. Nesse projeto, Melo e Castro teve a idéia pioneira de lançar mão do gerador de caracteres para produzir poemas animados, pensados especificamente para veiculação na televisão. Na verdade, já em 1968, Melo e Castro havia realizado um pequeno videopoema de pouco menos de 3 minutos de duração, denominado Roda Lume, que chegou mesmo a ser colocado no ar, no ano seguinte, pela Rádio e Televisão Portuguesa, RTP, num programa de informação literária. Depois, mais exatamente em 1985, quando a Universidade Livre de Lisboa adquiriu um dispositivo completo de geração de caracteres e edição em vídeo, Melo e Castro foi convidado a desenvolver ali um projeto de videopoesia, que acabou por se constituir numa das referências mais importantes da atual poesia que utiliza recursos tecnológicos. Em 1993, realizou o videopoema em cinco partes Sonhos de Geometria, de 30 minutos, publicado em cassete VHS como anexo ao número especial 7/8 de MENU, cadernos de poesias, Cuenca, Espanha.
Acessado 24/03/2014
Acessado 24/03/2014


Obra: Roda Lume

5 comentários:

  1. Vídeo poesia, ainda não vi uma obra desta...

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  2. Infelizmente muitos artistas brasileiros, não conhecemos. Triste saber que a nossa cultura não valoriza nossos artistas que são brilhantes, e que apresentam trabalhos fantásticos na área da informação, cultura, tecnologia, comunicação e da arte. Ass. Rosana Lima

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  3. Um artista bem a frente do seu tempo, pois foi um dos artistas mais nomeado na década de sessenta e setenta por sua arte contemporânea português.

    Fabiana.

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  4. Para mim , é muito legal saber que temos artistas brasileiros como o Ernesto que desenvolve trabalhos importantes para a arte atual, como o videopoema.

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  5. o que tem me chamado a atenção nesses artista é que muitos tem formação técnica (engenharia, arquitetura, etc). A Arte tem um chamado muito forte mesmo...

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