Arnaldo Antunes(1960)
Biografia
Arnaldo
Augusto Nora Antunes Filho (São Paulo SP 1960). Poeta, músico e artista
gráfico. Desde a adolescência participa de várias performances artísticas
coletivas. Em 1978, ingressa na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), mas não conclui o curso de
letras. Em 1980, torna-se integrante da primeira formação da Banda Performática
do artista plástico José Roberto Aguilar (1941). Em 1982, apresenta-se pela
primeira vez com a banda Titãs do Iê-Iê, que desde seu primeiro disco, de 1984,
passa a se chamar apenas Titãs. No ano seguinte publica Ou E, seu primeiro
livro de poesia. Durante essa década, coedita os três números da revista
literária Almanak, em parceria com o jornalista Sergio Papi (1958), o artista
plástico Nuno Ramos (1960), entre outros. Em 1992, Antunes abandona os Titãs
para seguir carreira musical solo. No mesmo ano, produz o CD Isto Não É um
Livro de Viagem, com leituras do poeta Haroldo de Campos (1929 - 2003), e
realiza o projeto gráfico da obra Rimbaud Livre, traduções do poeta Augusto de
Campos (1931). Recebe o Prêmio Jabuti, por As Coisas, em 1993. No mesmo ano,
excursiona com o show Nome, performance que inclui poesia, música e vídeo. Em
2002, participa do projeto Tribalistas com os músicos Marisa Monte (1967) e
Carlinhos Brown (1962). Ganha o Prêmio Jabuti, em 2004, pelo projeto gráfico do
livro ET EU TU, parceria com a fotógrafa Márcia Xavier (1967). Publica, em 2006, a antologia Como É
que Chama o Nome Disso, reunindo parte significativa de sua obra poética.
Importância de Sua Obra
Arnaldo
Antunes é um nome bem mais conhecido no Brasil como pop star, uma vez que foi
líder de uma das mais famosas bandas brasileiras de rock: os Titãs. Durante os
últimos anos, entretanto, após romper com a banda, ele tem-se voltado a uma
antiga paixão: a poesia. De fato, tal como Walter Silveira, Antunes tem sido um
dos poetas mais talentosos da geração surgida do movimento da poesia concreta,
tendo inclusive publicado várias antologias poéticas de sua autoria. Depois de
1992, ele muda o curso de sua poesia e começa a experimentar uma nova forma de
literatura, feita no computador e destinada a ser lida na tela do aparelho de
televisão. Utilizando recursos de computação gráfica e de vídeo, ele lança, em
1993, uma seleção de trinta impressionantes videopoemas (Nome), que combina
letras animadas com cores mutantes, imagens tomadas por câmeras de vídeo,
oralização e música. Tal como o Parabolic People, de Sandra Kogut, é mais um
passo na direção de uma arte multimídia, capaz de combinar todas as artes
anteriores numa síntese perfeita.
Ano de 2013
Atualmente Arnaldo Antunes está
gravando seu novo álbum de inéditas, intitulado “Disco”. O projeto vem sendo
gravado nos intervalos entre shows e viagens, deixando assim o trabalho ir se
configurando em um prazo mais longo.
Ao optar por esse processo, Arnaldo decidiu mostrar o disco aos poucos, já que
os meios de veiculação digital permitem, postando, na página de abertura do seu
site, uma faixa por mês, até outubro, quando lançará o disco inteiro. Serão 4
músicas previamente lançadas no decorrer de quatro meses (junho, julho, agosto e
setembro).
As inserções acontecem sempre na primeira segunda-feira de cada mês e as faixas
vêm acompanhadas de vídeos com depoimentos e making-ofs das gravações, letras,
fichas técnicas e um projeto gráfico especialmente concebido para o projeto.
Já foram lançadas duas músicas: Muito Muito Pouco e Dizem (Quem me Dera). As
faixas estão disponíveis em streaming no site oficial do artista (www.arnaldoantunes.com.br)
Comentário Crítico
Desde Ou E
percebe-se que o tratamento gráfico é essencial para a criação de Arnaldo
Antunes. Além do uso inventivo de tipos e tamanhos de fontes, o poeta
utiliza-se de outros recursos visuais como, por exemplo, o manuscrito.
Escrevendo à mão, grafa sua marca pessoal nos poemas - diferentemente dos
poetas concretistas, que na fase ortodoxa pretendiam criar uma poesia
gráfico-visual e impessoal.
Contudo,
os traços, as rasuras e os garranchos contribuem, a sua maneira, para uma
poesia "verbivocovisual": não à toa muitos poemas de Antunes possuem
diferentes formatos, ora como cartaz, ora como página de livro, ora como vídeo
ou canção popular. A caligrafia também pode causar certo estranhamento,
dificultando a leitura desatenta e/ou gerando significados paradoxais.
Do mesmo
modo, fotomontagens, cacofonias ou neologismos criam os pequenos paradoxos de
livros como Psia e Tudos. O estranhamento da poesia de Antunes, porém, nunca
agride o leitor: antes pretende despertá-lo para as belezas escondidas nos mais
diversos lugares ou palavras. Para revelar os múltiplos significados contidos
naquilo que parece óbvio, o artista por vezes se aproxima da linguagem
infantil, como em As Coisas,
ou da linguagem publicitária, como em Palavra Desordem. O
mesmo acontece nos poemas audiovisuais de Nome, nos quais uma palavra ou
expressão desdobra-se das mais variadas maneiras em textos, sons e imagens.
Referências
Bibliográficas
ACESSADO
EM 24/03/2014
ACESSADO
EM 24/03/2014
ACESSADO
EM 24/03/2014