terça-feira, 15 de abril de 2014

Arnaldo Antunes (1960)


Arnaldo Antunes(1960)


Biografia
Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho (São Paulo SP 1960). Poeta, músico e artista gráfico. Desde a adolescência participa de várias performances artísticas coletivas. Em 1978, ingressa na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), mas não conclui o curso de letras. Em 1980, torna-se integrante da primeira formação da Banda Performática do artista plástico José Roberto Aguilar (1941). Em 1982, apresenta-se pela primeira vez com a banda Titãs do Iê-Iê, que desde seu primeiro disco, de 1984, passa a se chamar apenas Titãs. No ano seguinte publica Ou E, seu primeiro livro de poesia. Durante essa década, coedita os três números da revista literária Almanak, em parceria com o jornalista Sergio Papi (1958), o artista plástico Nuno Ramos (1960), entre outros. Em 1992, Antunes abandona os Titãs para seguir carreira musical solo. No mesmo ano, produz o CD Isto Não É um Livro de Viagem, com leituras do poeta Haroldo de Campos (1929 - 2003), e realiza o projeto gráfico da obra Rimbaud Livre, traduções do poeta Augusto de Campos (1931). Recebe o Prêmio Jabuti, por As Coisas, em 1993. No mesmo ano, excursiona com o show Nome, performance que inclui poesia, música e vídeo. Em 2002, participa do projeto Tribalistas com os músicos Marisa Monte (1967) e Carlinhos Brown (1962). Ganha o Prêmio Jabuti, em 2004, pelo projeto gráfico do livro ET EU TU, parceria com a fotógrafa Márcia Xavier (1967). Publica, em 2006, a antologia Como É que Chama o Nome Disso, reunindo parte significativa de sua obra poética.


Importância de Sua Obra
Arnaldo Antunes é um nome bem mais conhecido no Brasil como pop star, uma vez que foi líder de uma das mais famosas bandas brasileiras de rock: os Titãs. Durante os últimos anos, entretanto, após romper com a banda, ele tem-se voltado a uma antiga paixão: a poesia. De fato, tal como Walter Silveira, Antunes tem sido um dos poetas mais talentosos da geração surgida do movimento da poesia concreta, tendo inclusive publicado várias antologias poéticas de sua autoria. Depois de 1992, ele muda o curso de sua poesia e começa a experimentar uma nova forma de literatura, feita no computador e destinada a ser lida na tela do aparelho de televisão. Utilizando recursos de computação gráfica e de vídeo, ele lança, em 1993, uma seleção de trinta impressionantes videopoemas (Nome), que combina letras animadas com cores mutantes, imagens tomadas por câmeras de vídeo, oralização e música. Tal como o Parabolic People, de Sandra Kogut, é mais um passo na direção de uma arte multimídia, capaz de combinar todas as artes anteriores numa síntese perfeita.

Ano de 2013

Atualmente Arnaldo Antunes está gravando seu novo álbum de inéditas, intitulado “Disco”. O projeto vem sendo gravado nos intervalos entre shows e viagens, deixando assim o trabalho ir se configurando em um prazo mais longo.

Ao optar por esse processo, Arnaldo decidiu mostrar o disco aos poucos, já que os meios de veiculação digital permitem, postando, na página de abertura do seu site, uma faixa por mês, até outubro, quando lançará o disco inteiro. Serão 4 músicas previamente lançadas no decorrer de quatro meses (junho, julho, agosto e setembro).

As inserções acontecem sempre na primeira segunda-feira de cada mês e as faixas vêm acompanhadas de vídeos com depoimentos e making-ofs das gravações, letras, fichas técnicas e um projeto gráfico especialmente concebido para o projeto.

Já foram lançadas duas músicas: Muito Muito Pouco e Dizem (Quem me Dera). As faixas estão disponíveis em streaming no site oficial do artista (www.arnaldoantunes.com.br)
Comentário Crítico
Desde Ou E percebe-se que o tratamento gráfico é essencial para a criação de Arnaldo Antunes. Além do uso inventivo de tipos e tamanhos de fontes, o poeta utiliza-se de outros recursos visuais como, por exemplo, o manuscrito. Escrevendo à mão, grafa sua marca pessoal nos poemas - diferentemente dos poetas concretistas, que na fase ortodoxa pretendiam criar uma poesia gráfico-visual e impessoal.

Contudo, os traços, as rasuras e os garranchos contribuem, a sua maneira, para uma poesia "verbivocovisual": não à toa muitos poemas de Antunes possuem diferentes formatos, ora como cartaz, ora como página de livro, ora como vídeo ou canção popular. A caligrafia também pode causar certo estranhamento, dificultando a leitura desatenta e/ou gerando significados paradoxais.

Do mesmo modo, fotomontagens, cacofonias ou neologismos criam os pequenos paradoxos de livros como Psia e Tudos. O estranhamento da poesia de Antunes, porém, nunca agride o leitor: antes pretende despertá-lo para as belezas escondidas nos mais diversos lugares ou palavras. Para revelar os múltiplos significados contidos naquilo que parece óbvio, o artista por vezes se aproxima da linguagem infantil, como em As Coisas, ou da linguagem publicitária, como em Palavra Desordem. O mesmo acontece nos poemas audiovisuais de Nome, nos quais uma palavra ou expressão desdobra-se das mais variadas maneiras em textos, sons e imagens.

Referências Bibliográficas

ACESSADO EM 24/03/2014
ACESSADO EM 24/03/2014
ACESSADO EM 24/03/2014

5 comentários:

  1. O que me chama a atenção neste artista é o caminho que ele percorre e o fato dele modificar a poesia tornando-a visual com suas intervenções.

    Fabiana!!

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  2. Não conhecia o Arnaldo como artista gráfico, somente seu trabalho com a musica como cantor e compositor.

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  3. Músico e Poeta, mais um brasileiro merecedor de elogios. Verenice Teixeira.

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  4. esse eu gosto muito , fez parte da minha adolescência, o cara é muito bom, sempre inovador. Foi ele que levou a bateria eletrônica para os Titãs.

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